sexta-feira, 30 de julho de 2010

A visita do Rambo

Esta semana foi de comentários vários sobre o desempenho do ator americano Silvester Stalone, durante uma entrevista a um programa de TV americano.
Em tudo quanto é lugar, os brasileiros manifestaram sua indignação.
Não sei se fico indignada. Sabe quando você é criança e faz uma arte, então se machuca? Aí então a mãe fala “_Bem feito, eu avisei você!”
É isso que eu digo.
Nós somos muitos bonzinhos mesmo. Sofremos humilhações por parte de gringos (é só ver que eles estão comprando a Amazônia e marcam hora para fechar a estrada, usando os indígenas para isso); sofremos humilhações por parte das autoridades de nosso próprio país, é só assistir aos noticiários para ver o quanto os policiais abusam do poder que têm. Aliás, deveriam ser educados para saber lidar com isso; sofremos humilhação quando vamos aos hospitais públicos e não conseguimos atendimento; sofremos humilhações com a roubalheira dos políticos que vivem vidas de contos de fadas com o dinheiro público, enquanto nós trabalhamos para pagar impostos (que obviamente serão gastos depois com o luxo deles).
Quantas vezes recebemos e admiramos turistas que chegam aqui com aquela cara de bobos e fazemos tudo quanto é mímica para sermos entendidos e poder atendê-los da melhor maneira?
Então? Somos mesmo uns babacas! Depois dessa percepção profunda por parte de um ator tão competente em termos de atuação, um deleite para mentes intelectuais, temos mesmo que reconhecer: somos uns palhaços.
Agora, cabe a nós mudar este estado de coisas. Vamos assistir ao filme dele?
Vamos continuar rebolando pra esse povo que vem aqui dar palpite sobre a forma com que tratamos nossas florestas, nossos rios, nossos animais. Obviamente que florestas, rios, animais, devem ser muitíssimo respeitados. Muito mais que turista americano. Então vamos tratar bem o que nós temos, lutar pelos nossos direitos, ser mais patriotas e dar uma banana para o filme do Stalone.
Ou então vamos continuar sendo chamados de “retardados”, porque é isso o que estamos sendo.

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