sábado, 30 de julho de 2011

A fazenda

De manhã ao acordar
Naquele lugar de infância
olho as serras vestidas de noiva.
É longe esse lugar...
O verde em frente amanhece molhado
o rio corre sem manifestações.
A ponte atravessa calada, as águas sujas
parece não querer ser notada.
Tudo é discreto, menos o canto dos passarinhos
acordando cedo para anunciar o dia antes da gente ver.
Em tempos chuvosos tudo tem outra roupagem.
Quisera eu estar aqui para sempre.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Zoo de defuntos

Hoje é dia 18 de julho de 2011.
“Tá lá o corpo estendido no chão.”
Não sei se estou “de frente pro crime”, mas me lembrei da justiça.
Outro jacu, durinho
na frente da casa de um vizinho,
depois de uma explosão.
Porque está aqui?
Por que não tem onde estar.
Morreu eletrocutado,
como o outro, já mencionado.
Não tem floresta pra viver.
Fui ver o corpo. Duro.
Recolhi algumas penas pra recordar como lembranças e provas concretas o acontecido.
É pena.
Haviam três.
Ouvi uma explosão.
A luz se apagou no bairro inteiro e,
no final, os passantes verificaram e contaram.
Prova: corpo morto: jacu torrado.
Voam sem rumo e morrem nos fios.
“Que vida besta meu Deus!”