segunda-feira, 21 de maio de 2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dia frio

O vento está bem frio hoje, mas prefiro assim. O outono é bem vindo junto com edredons e copos de leite quente à noite. Tá todo mundo andando bonito, bem calçado, bem vestido, sem ter a pele brilhando rsrsrs. Preguiçosa assim, aqui deitada, lá fora o vento, um pensamento visitou minha memória. Lá no tempo, de onde vem a saudade, não me lembro de blusas de frio. Lembro sim de fogão à lenha com farto fogo e arroz doce com rapadura, bem no comecinho da noite, servido em panela preta de ferro, sobre o "aterro". Docinho e gostoso como a vida era. Não sei se tinha botas, mas também o chão não era frio, e sim de tábuas de verdade, colocadas a uma certa altura distante do terreno. Morávamos acima da terra, suspensos em colunas de madeira forte, as quais não vemos mais nos dias de hoje. Estas escuras colunas, apesar de fincadas no chão durante anos, jamais apodreceram. Resistentes ao tempo, mas frágeis nas mãos dos homens. Anos mais tarde, jogaram a casa no chão, os novos donos da fazenda, e não sei o que fizeram com toda aquela madeira preciosa. Em seu lugar, ergueu-se uma grande casa, com firmes alicerces e tudo mais que vai junto: ferros, pedras, areia, cimento, tijolos, telhados de telha colonial e pisos de cerâmica: fantástico. Tudo bem pregado no solo, como deve ser um domicílio moderno. Sei lá o que me deu pra pensar nisso dessa forma, mas fico comparando isso com a mania que as pessoas tem de desprezar o que é do passado, inclusive gente.