quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Clima seco

Assistindo ao programa da Ana Maria Braga hoje pela manhã, ouvi uma convidada, repórter, falando sobre as queimadas que estão ocorrendo com esta seca que aí está. Ela falou que a fumaça lá do Norte, tá quase chegando ao Sul.
Lembrei do meu irmão e eu fazendo “feitiço”, lá na roça, para parar de chover e daí podermos brincar no terreiro...rsrsrs. Era pegar um pouco de sal e, evidentemente, na hora de uma estiadinha, desenhar no terreiro o rosto do sol sorridente. Minha avó, embora católica, não repreendia. Pelo menos tinha sossego enquanto inventávamos moda. Será que funcionava? Ah se eu lembrasse!!!
E pensando no que serão lembranças no futuro... às vezes, à tarde, na varanda da casa de um colega, observando a paisagem seca, o ouço perguntar só para rirmos: “_Urubu, vai chover?”. Se o urubu bater asas quer dizer que sim, senão, não. E ele tem acertado. Isso meu amigo aprendeu com o pai. É tão interessante (na falta de outra palavra) trazermos histórias de gente que já foi, é como ouvir o som de suas vozes noutras bocas.
E sobre vozes, minha avó, lá no fogão ou na máquina de costura, quando não chovia há dias, cantava música de seca. Estas são as mais tristes, e sua voz chorosa ensopava nossa imaginação. E a gente corria pro ribeirão.
Voltando ao programa, a repórter falou que 60% da poluição que temos no Brasil, vêm das queimadas, e elas não estão sendo feitas para fim de nenhum progresso, somente destruição mesmo. Como estou fazendo pós graduação em Educação Ambiental, estes fatos estão causando em mim uma dor danada. Só de pensar no ar que meus netos vão respirar...até pensei nos cantos da minha avó. E penso também que daqui a pouco não teremos os urubus para fazer previsão do tempo.